Pioneira, Justiça de Rondônia adota expediente noturno para Central de Processos Eletrônicos

Pioneira, Justiça de Rondônia adota expediente noturno para Central de Processos Eletrônicos

CPE funcionará 18 horas diárias em três turnos de seis horas; Central presta serviços cartorários a varas específicas.

Porto Velho, RO - O relógio contava 19h no Fórum dos Juizados Especiais da comarca de Porto Velho, quando alguns funcionários saíam na tarde de segunda (10) e comentavam sobre o início do terceiro expediente, das 19h às 00h37h30s na Central de Processos Eletrônicos (CPE). Trata-se de uma inovação do Judiciário de Rondônia para aumentar a eficiência jurisdicional e diminuir o estoque processual. Com a mudança, a Central funcionará por 18 horas corridas no cartório eletrônico. A CPE presta serviços cartorários aos processos judiciais eletrônicos de unidades vinculadas a ela.

O terceiro turno foi instituído pelo Ato 13/2019, publicado no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) nº 98, em 29 de maio. O corregedor-geral da Justiça de Rondônia, José Jorge Ribeiro da Luz, esteve no primeiro dia de expediente para falar com a equipe. A CPE integra a estrutura organizacional da Secretaria de 1º Grau, que está vinculada à Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ).

“É sempre bom lembrar que nós somos os responsáveis pela imagem do Tribunal com a repercussão do nosso trabalho. Temos a certeza do bom serviço desempenhado por vocês nessa nova etapa de funcionamento da CPE, que engloba 18 horas diárias. Com esse trabalho, daremos maior movimento às varas e possibilitar mais migrações. A Corregedoria agradece o trabalho dos senhores”, disse o corregedor na ocasião.

O terceiro turno conta, inicialmente, com a adesão de doze servidores e dois gestores de equipe. A CPE movimenta processos digitais referentes à comarca de Porto Velho. Lá estão todos os feitos das Varas Cíveis, Juizados Especiais, Varas de Família, da Fazenda Pública e Execução Fiscal.

Um dos gestores de equipe dos Juizados Especiais, Fábio Gouveia Carneiro, encarou o terceiro turno como uma oportunidade. Ele está há um ano na CPE e já entende a Central como um ambiente para experimentar inovações. “Antes de atuar nesse ambiente de cartório tive experiência com gabinete. Aqui abracei a nova dinâmica e gosto muito, então encarei o terceiro turno como nova experiência, já que posso adequar o horário livre para outras metas, como o estudo”, ponderou.

A CPE se caracteriza pelo expediente padronizado e aperfeiçoado no que tange às medidas necessárias para o cumprimento das determinações judiciais. Antes de iniciar um dia de trabalho, as equipes analisam os fluxos de processos para entender quais são as metas a serem cumpridas. Esses trâmites que diferenciam a CPE de um cartório tradicional.

O servidor Cleiton Valente está há cinco anos no tribunal. Antes, ele era lotado em um cartório tradicional, o que proporcionou a ele entender as diferenças. “No cartório havia alguns entraves. O atendimento ao público, apesar de ser necessário, atrapalhava a demanda processual, pois o telefone não parava. A dinâmica de trabalho aqui é mais rápida e produtiva”, explicou.

A CPE é responsável, exclusivamente, pelo processamento eletrônico. Dúvidas, sugestões e acessibilidade estão gerenciadas às Centrais de Atendimento, localizadas nos Fóruns Cível, de Família e dos Juizados.

Cleiton foi um dos doze servidores que aderiram ao terceiro turno. Com a esposa grávida, ele viu o novo expediente como uma forma de ser mais presente em casa. Além disso, o turno da noite tem seus atrativos. “Eu consigo produzir mais à noite. Antes eu ficava à tarde e quando dava o horário das 18h às 19h, percebi que a produção aumentava. À noite, eu tenho mais concentração”, contou.

A secretária de 1º Grau, que gerencia a CPE, Cidinha Fernandes, diz que está otimista com a nova proposta, pois trata-se de um projeto que possibilitará modificações em termos de gestão. A secretária solicitou acompanhamento especial do Departamento de Saúde do TJRO (Desau) para a equipe no período de transição, com propostas de palestras sobre o organismo nos processos de modificação, acompanhamento nutricional com sugestão de lanches noturnos, além do acompanhamento de saúde física dos servidores.

“Quando abrimos a possibilidade de trabalhar o sistema mais tempo possível, possibilitamos maior prestação ao jurisdicionado. É um processo de inovação fazermos o que temos de melhor em turnos diferentes, especialmente porque temos servidores que estão desde o começo do projeto e colaboradores com novos olhares para compor a equipe. Além disso, vai nos possibilitar um olhar mais humanizado em relação aos técnicos da noite, pois trata-se de um novo paradigma”, finalizou a secretária.