Policia Civil conclui investigação sobre o caso da marmita com vidro

Policia Civil conclui investigação sobre o caso da marmita com vidro

Porto Velho, RO - A Polícia Civil de Vilhena finalizou nessa semana o inquérito do acontecimento que ficou conhecido como “O caso da marmita”, ocorrido no dia 06 de abril deste ano, quando um homem de 28 anos de nacionalidade colombiana que há poucas horas havia chegado na cidade pediu ajuda da Polícia Militar e alegou que uma pessoa tinha lhe doado uma marmita com pedaços de vidro. Já naquela data, Espinosa Renteria, o denunciante, foi levado ao pronto-socorro do Hospital Regional e exames de raio-x realizados nele não apontaram qualquer presença de corpos estranhos no esôfago ou no estômago e ele foi liberado da unidade poucas horas depois.

Defensora pública Pamela Abdalla e o delegado Núbio Lopes em coletiva de imprensa nesta quinta-feira. (Fotos: Renato Spagnol)

O delegado Nubio Lopes de Oliveira, que esteve à frente do caso, declarou nesta quinta-feira (6), em coletiva de imprensa, que o laudo da perícia feita na marmita não localizou qualquer vestígio de vidro, o que corrobora para a ausência de crime. Com isso, o resultado da investigação foi enviado ao Poder Judiciário, que deverá proceder com o arquivamento, aponta Nubio Lopes.

Sobre o autor da denúncia, a polícia não descarta a hipótese de que ele tenha confundido os grânulos de sal grosso, usado no tempero da carne presente na marmita, com cacos de vidro. Essa suposição é apontada no laudo pericial.

PASTOR ENVOLVIDO

Poucas horas depois que o caso ganhou o noticiário não só local, mas nacional, o pastor e líder comunitário Ivan da Silva Lima, 41 anos, procurou a delegacia de Polícia Civil e declarou ser o doador da marmita ao colombiano. Em depoimento ainda no dia 06 de abril, ele disse que viu o estrangeiro fazendo malabarismos no semáforo e como estava se dirigindo a um restaurante ali perto para buscar almoço decidiu comprar uma marmitex a mais para doá-la a ele, num gesto de generosidade.

Um grande veículo de comunicação do país não trouxe a verdade sobre o caso, apenas noticiaram a denúncia, mas não os exames e o o laudo da perícia, vamos entrar em contato com o jornal para que dê espaço à verdade, declarou Pamela Abdalla.

O GESTO DE GENEROSIDADE E O ATAQUE COLETIVO

A defensora pública Pamela Abdalla, que exerceu a defesa do pastor, declarou à imprensa que, apesar dos ataques cruéis da sociedade (por meio de mensagens em redes sociais) ao líder religioso, ele está sereno, e acredita que o colombiano não agiu por maldade, e sim tenha confundido o sal grosso com pedaços de vidro, como sugere a polícia.

“Não desistam das pessoas, não deixem de praticar a generosidade, pois muitas pessoas do nosso país precisam de ajuda”, é a mensagem que o pastor emite à comunidade por meio de sua defensora.

O QUE O ESTRANGEIRO FAZIA NA CIDADE

Espinosa Renteria estava de passagem. Ele saiu da Colômbia com destino a Argentina, onde reside parte de sua família. Como ele não tinha muito dinheiro para seguir viagem, ele parou no semáforo que fica no cruzamento da avenida Major Amarante com a Marques Henrique, no Centro, para fazer malabarismos e conseguir alguns trocados. No dia seguinte à denúncia ele não foi encontrado. A polícia acredita que, após o resultado do raio-x que não encontrou nada de anormal no organismo dele, ele tenha seguido viagem ao seu destino.