Porto Velho, RO - O presidente Laerte Gomes (PSDB), durante seu pronunciamento na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta terça-feira (18), destacou sua preocupação com a falta de leitos para atender pacientes da macrorregião II, infectados pelo novo Coronavírus.
“Trata-se de uma preocupação muito grande. Hoje, nós temos na macrorregião I algo em torno de 800, 900 mil pessoas e cerca de 140 leitos de UTI disponibilizados. Já na macro II, com a mesma população, ou mais, se não me falhe a memória, menos de 40 leitos de UTI à disposição”, disse o presidente.
O parlamentar destacou que Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e demais municípios no entorno estavam na Fase 3 e acabaram retrocedendo, voltando para a Fase 1, ou seja, os comércios foram novamente fechados em razão da pandemia.
“Voltamos para a Fase 1 e os comércios foram notificados a fechar. Porém, fecharam em uma hora que não deveria. Agora o comércio não suporta mais ficar com as portas fechadas, são centenas de CNPJs falidos, quebrados e milhares de comerciários desempregados”, argumentou o parlamentar.
Laerte Gomes informou que diante da situação, se empenhou em trabalhar para controlar o problema que vem afetando a vida de empresários e comerciantes.
“Têm muitos que falam demais e não fazem nada, e pra mim, política tem que dar resultado. Na última semana entrei em contato com o senador Marcos Rogério em Brasília e solicitei seu apoio para arrumarmos médicos intensivistas. Temos 12 leitos de UTI prontas no Hospital Regional de Cacoal, faltando apenas profissionais”, informou o deputado.
O parlamentar contou ainda que entrou em contato e expôs a situação ao chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves e ao secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, que também entraram em contato com o senador.
“E fomos prontamente atendidos, aliás, posso dizer que as tratativas avançaram. O Governo Federal já abriu o chamamento de 17 médicos intensivistas para atender o interior de Rondônia, graças a ação parlamentar do senador Marcos Rogério e da intervenção do secretário Fernando Máximo e do chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves”, relatou Laerte.
Inicialmente, segundo o presidente, os médicos serão encaminhados para Cacoal.
“E conforme o secretário Fernando Máximo se comprometeu, chegando esses médicos, em aproximadamente uma semana, no máximo 10 dias, além dos 12 leitos, mais cinco leitos serão abertos, um total de 17 leitos. Porém, se a Prefeitura de Ji-Paraná der conta de montar os leitos de UTI, 10 médicos permaneceriam em Cacoal e os demais iriam para Ji-Paraná”, afirmou o parlamentar.
Segundo o presidente, Ji-Paraná já conta com 10 leitos de UTI construídos, ventiladores e respiradores disponíveis a cerca de quatro meses e a prefeitura com recurso na conta.
“São mais de R$ 12 milhões na conta e, mesmo assim, a prefeitura não consegue comprar os equipamentos e medicamentos que estão faltando, como bomba de fusão. Inclusive, o próprio Ministério da Saúde de predispôs a ajudar a montar esses leitos de UTI. O município hoje tem apenas seis Unidades de Tratamento Intensivo que nós providenciamos no nosso mandato através de indicação de minha autoria ao governador Marcos Rocha, que além desses leitos foram instalados também 15 leitos clínicos privados, porém, estão todos ocupados”, declarou o presidente.
O parlamentar concluiu afirmando que os leitos de UTI garantirão tranquilidade a macro II para o Fase 3 que autoriza a abertura do comércio e voltar a funcionar normalmente.
“E mesmo assim, a situação está tão crítica, que o comércio não respeita mais. Eles não conseguem fechar as portas e isso acaba virando uma desordem. E o pior é que eles estão certos, eles não aguentam mais. São histórias de 30, 40 anos no comércio de Ji-Paraná que pode quebrar, acabar com tudo com esse negócio de abre e fecha. Mas felizmente, parece que as coisas podem melhorar”, enfatizou o parlamentar.
O presidente disse que edital de convocação dos médicos já está aberto e, assim que os profissionais apresentarem as documentações necessárias até a próxima semana, os leitos poderão começar a atender.
“Nós vamos aumentar esse número de UTIs e, consequentemente, o percentual de leitos ocupados cairá bem e o comércios poderá funcionar, a economia poderá voltar a girar, empregos gerados e mantidos e, principalmente, as pessoas terão a oportunidade e a responsabilidade de continuarem a cuidar da saúde, levando em consideração as medidas de segurança, utilizando máscaras porque afinal, a Covid-19 não é brincadeira. Enfim, precisamos fazer esse casamento, economia e saúde juntos porque um não vive sem o outro”, encerrou o presidente Laerte Gomes.