Rondônia alinha critérios técnicos para regulamentar garimpo no Rio Madeira sem causar danos ao meio ambiente

Rondônia alinha critérios técnicos para regulamentar garimpo no Rio Madeira sem causar danos ao meio ambiente

Porto Velho, RO - Rondônia é um Estado privilegiado por riquezas minerais, como o ouro, por exemplo, que tem atraído pessoas de diversas partes do mundo ao longo dos anos, explorando o garimpo, muitas vezes sem regras, o que acentuou conflitos entre a atividade garimpeira e a preservação do meio ambiente. Mas, em videoconferência na segunda-feira (17), foram alinhados critérios técnicos para um desfecho capaz de equilibrar a atividade econômica sem causar danos ao meio ambiente.

O governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, destacou que o zelo pelo meio ambiente deve existir, mas é preciso criar condições legais e técnicas para que a atividade econômica aconteça de forma a dar dignidade às famílias rondonienses. O garimpo é um ramo que gera muitos empregos diretos e indiretos, e se regulamentado corretamente, assim como outros setores, é capaz de aquecer a economia da sociedade rondoniense.

A proposta apresentada pela cooperativa de garimpeiros ao Governo do Estado é a revogação do decreto de 1991, que restringe a atividade garimpeira de um trecho do Rio Madeira, que correspondia da Cachoeira de Santo Antônio até a divisa com o Estado do Amazonas. A matéria apresentada já foi encaminhada para parecer jurídico e avaliada.

De acordo com o procurador do Estado de Rondônia (PGE), Matheus Carvalho Dantas, o Estado já emitiu quatro pareceres e agora a minuta de Lei encontra-se robusta, de forma a sustentar essa regulamentação de adequadamente. ‘‘A Procuradoria entendeu que é possível juridicamente revogar o decreto e autorizar a lavra de ouro, desde que seja regulamentada com critérios técnicos’’, explica

ALINHAMENTO TÉCNICO

A equipe técnica composta por integrantes da PGE e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) debruçou-se para estabelecer os requisitos da minuta do novo decreto. A cópia dos processos foram encaminhados ao Ministério Público Estadual (MPE) e ao Ministério Público Federal (MPF-RO). Este último, consultou o órgão em Brasília, avaliando que juridicamente não há problemas, e enviou sugestões técnicas que estão sendo apreciadas pela PGE e serão encaminhadas para a Casa Civil.

Representantes do setor também pediram reunião, para alinhar detalhes pertinentes à atividade garimpeira, e agradeceram ao Governo por manter o diálogo. ‘‘Não tivemos nenhuma porta fechada no Governo. Somos pais e mães de famílias que querem trabalhar corretamente, devolver impostos, gerar economia para o Estado com dignidade, sem o risco de ser preso’’, reforça o dragueiro, Luiz Henrique Soncin.

Construir conjuntamente mudanças para Rondônia que beneficie a sociedade, inclusive considerando o que diz os órgãos de controle, é uma determinação do Executivo. ‘‘É uma situação que quero resolver, e de forma técnica, pois fomenta a economia, mas em cima da linha, com sabedoria’’, afirma o governador, que defende não haver conflitos com o meio ambiente e nem insegurança jurídica.

Para o superintendente Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), Sérgio Gonçalves, a regulamentação da atividade econômica é avaliada de forma positiva, ele destacou ainda que Rondônia tem destacado-se entre os estados brasileiros e tem sido a escolha de muitos investidores, devidos às condições que foram criadas para que o desenvolvimento aconteça de fato. Só em 2019, o Governo recebeu 900 empresários que fizeram consultas junto à Sedi, e, mesmo neste ano de pandemia, empresários continuam demostrando interessem em prospectar negócios no Estado.

A reunião contou com a participação do secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, do secretário Estadual de Desenvolvimento Ambiental, Marcílio Leite Lopes, dos deputados Eyder Brasil, Jair Montes e Dr. Neidson, do vereador Marcelo Reis, e de representantes do setor.