Porto Velho, RO - O período de depósitos feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor da família Bolsonaro e preso por envolvimento em um esquema de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), e sua mulher, Márcia Aguiar, na conta de Michelle Bolsonaro, esposa do presidente, Jair Bolsonaro, coincide com o período de expansão imobiliária da família.
Os depósitos ocorreram entre 2011 e 2018. O Ministério Público suspeita, apenas no caso de Flávio Bolsonaro, que o senador tenha lavado mais de R$ 2,3 milhões em imóveis e na compra de uma franquia da Kopenhagen, lembra o site O Antagonista.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Queiroz e Márcia depositaram ao todo R$ 93 mil para primeira-dama, totalizando 28 movimentações.
Em 2012, ano em que Queiroz recebeu em suas contas quase R$ 600 mil, Flávio e sua mulher Fernanda compraram, com cheques, dois imóveis em Copacabana, que foram declarados por valor inferior ao negociado no mercado.
A investigação sobre atividades suspeitas do senador Flávio Bolsonaro quando era deputado estadual no Rio de Janeiro atinge 37 imóveis. São 14 apartamentos e 23 salas comerciais em Copacabana, Botafogo, Barra da Tijuca e Jacarepaguá supostamente ligados a ele, demais membros de sua família e a empresa Bolsontini Chocolates e Café.
Na avaliação do jornalista Fernando Brito, do blog Tijolaço, do Rio de Janeiro, a reportagem sobre os cheques, que veio à tona pela revista Crusoé, do Antagonista, foi uma reação de Moro contra Bolsonaro.