Porto Velho, RO - O repórter Gerson de Souza foi denunciado na Justiça pelo crime de importunação sexual contra quatro jornalistas da Record, todas no ambiente de trabalho, no “Domingo Espetacular”.
A ação foi protocolada pela promotora Maria do Carmo Galvão de Barros Toscano, do Ministério Público de São Paulo, na segunda-feira. A informação é do colunista Daniel Castro, do “Notícias da TV”. Caso seja condenado, o repórter pode pegar até cinco anos de prisão.
A investigação policial foi aberta em maio do ano passado quando 12 mulheres procuraram o departamento de Recursos Humanos da Record e afirmaram estar sofrendo assédio sexual por parte de Gerson de Souza. De acordo com as mulheres, o repórter as constrangia com toques físicos e palavras maliciosas. Gerson causou revolta ao surpreender uma promotora com um beijo há um ano e dois meses.
Segundo a denúncia do Ministério Público, as investigações concluíram que “por diversas vezes e de forma continuada, importunava as vítimas com palavras maliciosas, comentários de conotação sexual, gestos obscenos e toques lascivos e não consentidos, com elas mantendo contato físico inoportuno, constrangendo-as dentro do local de trabalho”.
Nove testemunhas confirmaram os depoimentos das quatro vítimas. A primeira vítima era uma estagiária da emissora e o caso foi registrado pela polícia em em 2016.
De acordo com a promotoria, Gerson negou as acusações à polícia “porém, a forma e o contexto em que tocava nas vítimas, sempre com comentários ou gestos maliciosos, de conotação sexual, demonstram inequivocamente sua intenção em satisfazer a própria lascívia”.
O jornalista está afastado desde maio do ano passado mas segue recebendo seu salário. A Record disse ao “Notícias da TV” que “segue aguardando o desfecho do caso”.
Em nota à imprensa, em junho do ano passado, Gerson negou as acusações e atribuiu as denúncias ao “revanchismo”. “É devastador saber que minha carreira, e vida pessoal, estão em risco pelas informações que circulam na mídia. Sobre as acusações, no momento posso apenas dizer que o que está sendo dito sobre mim não é verdade e que confio no trabalho da polícia para esclarecer os fatos”.
“Qualquer pessoa que me conhece ou já trabalhou comigo sabe que eu não sou alguém que ofenderia ou deixaria alguém desconfortável.
Tenho certeza que nunca agi de maneira ofensiva e sinto profundamente caso em algum momento de minha trajetória de 42 anos no jornalismo algum de meus colegas tenha se sentido desrespeitado. Sou pai de cinco filhas e avô de quatro netas e é essencial para mim que mulheres tenham um ambiente de trabalho seguro”.