O choque entre dois jornalismos inconciliáveis

O choque entre dois jornalismos inconciliáveis

Porto Velho, RO - O soco desferido pelo jornalista Augusto Nunes contra o jornalista americano Glenn Greenwald será fartamente reportado pela mídia e representa um prato cheio para o jornalismo que vive de vitimizações e o estereótipo violento como inimigo e perigo social. Mas a reação de Augusto Nunes não foi apenas compreensível. Ela representa a única alternativa possível diante da situação.

Se de um lado podemos começar repudiando a agressão física certamente impremeditada do jornalista, por outro é impossível não vermos o lado simbólico do choque entre duas formas de fazer jornalismo que não podem se comunicar de outra maneira sem que seja a violência, física ou verbal.

As agendas políticas globais visam extinguir a livre opinião justamente porque acreditam, equivocadamente, que a convicção é a maior inimiga da democracia e da paz social. Mas que jornalismos representam os dois lados dessa porradaria?

De um lado está um jornalismo underground, associado a criminosos, que se tornou mainstream devido o clima revolucionário de degradação moral que a atividade jornalística experimenta há décadas. Greenwald fez carreira como advogado defendendo um namorado neonazista, fazendo filmes pornôs gays. Como jornalista, se tornou famoso divulgador de hackers criminosos internacionais. No Brasil que produziu filmes como Cidade de Deus e Carandiru, Glenn virou herói importado e, de repente, símbolo de coragem. Com isso, sente-se à vontade para chamar o jornalista de covarde e esperar ser agredido para justificar o ódio que pretende expressar das maneiras mais frias, calculistas.

Augusto Nunes representa o Brasil que se cansou do artificialismo e da frieza de agendas ideológicas.

Do outro lado está o homem comum que saiu às ruas de verde-amarelo, cansado do cinismo de uma mídia que se vê como um conselho tutelar para a sociedade. O homem comum já se vê em constante estresse diante do assédio midiático que tenta a todo custo associar suas opiniões e comportamentos como algo anormal, ultrapassado e, por que não, perigoso, radical, “violência simbólica”, preconceito… Se este homem comum já vive no limite de suas liberdades o tempo todo, o que dizer quando um deles desempenha a atividade que mais se degradou nos últimos anos, lutando diariamente para manter-se a própria sanidade mental diante de ataques, associações pejorativas e ameaças de toda a sorte.

Augusto Nunes é um herói do jornalismo. Augusto Nunes está vivo. Glenn é um zumbi das ideologias a quem serve e só tem coragem porque é fartamente apoiado e financiado por milionários.

Glenn é o jornalismo da atual elite detentora das opiniões permitidas que ameaça diariamente o homem comum com seu vitimismo. Glenn vive em um mundo mental, racional, de crenças e expectativas organizadas racionalmente. Augusto Nunes vive o mundo concreto, repleto de contradições e crenças arraigadas naturalmente dentro de um quadro de referências morais que não necessita ou acredita não necessitar de defesa.

A CPMI das Fake News representa uma inquisição promovida pelo jornalismo de Glenn contra o jornalismo de Augusto Nunes. As reuniões da CPMI, as suposições da existência de uma “milícia virtual de direita” mostram que não há diálogo entre o jornalismo mainstream, que se julga na missão sagrada de organizar o mundo, e o jornalismo que vem emergindo do homem comum, de postura essencialmente defensiva diante de ataques diários aos seus valores, crenças e, principalmente, à sua liberdade de se manifestar.

As vozes representadas por Augusto Nunes estão prestes a serem caladas por um processo acusatorial travestido de inquisitorial que promete pressionar o indivíduo ao silêncio e à impotência de se defender.

O soco não foi uma reação apenas de um homem, mas representa a única alternativa vista pela sociedade oprimida por agendas ideológicas de extrema esquerda internacionais, representada pelo jornalista Glenn Greenwald.

Certamente, uma análise como esta poderá ser cinicamente chamada de “apologia à violência”, como mandam os manuais da maliciosa faceta do jornalismo representada pela esquerda. Mas nenhuma defesa ou justificativa de ato de sincera revolta chegará aos pés da apologia violenta e extremista que a esquerda tenta esconder diariamente sob a imagem de um jornalismo isento e imparcial.

Longe de fazer ameaças, o homem comum só pode reagir como homem. Quando dois homens discutem sobre coragem, só há um meio de resolver. E essa solução humana e viva representa exatamente a espontaneidade que a “CPMI dos memes” quer criminalizar.